Resenha: A Revolução dos Bichos de George Orwell

26/09/2017

Tive meu interesse despertado de cara pelos personagens, que são animais. No meu mundo idealizado eles teriam domínio de tudo, mas não tão humanos como nessa história, claro. Talvez toda essa diferença do humano (egoísta e egocêntrico), explicaria o porquê não é possível- mas vamos direto ao que se trata, já que essa não é a proposta do livro.

Em a revolução dos bichos é representado a constituição de uma sociedade a partir da união dos bichos da Granja Solar situada na Inglaterra, que faz menção e uma crítica do período da guerra fria, junto a ditadura stalinista (comunismo), com elementos e características dos líderes, governo e sociedade da época.

Após uma mensagem e ensinamentos deixados por um velho e experiente porco nomeado de Major, que já estava no fim da vida, os bichos da Granja Solar se organizaram devido a exploração que todos esses animais se viam submetidos, a fim de uma revolução com o lema "Quatro pernas bom, duas pernas ruim", um consenso para a compreensão de todos os animais, com o objetivo de obter autonomia- qual poderiam usufruir do que produziam- já que trabalhavam muito e recebiam o mínimo para a sobrevivência, pois o consumo e lucro era somente do homem- e até mesmo aniquilar a espécie humana. A princípio, em um trabalho cooperativo, os bichos seriam beneficiados igualmente, como sugere o socialismo.

Essa obra é um retrato impactante de um acontecimento histórico. Os animais em seus papéis representam tamanha crueldade, qual uma sociedade esteve submetida a uma dominação alienadora. Fora posteriormente proibida qualquer publicação que mencionasse o fato histórico por muitos anos e em muitos países de conexão socialista/ comunista. A Inglaterra calou esse fato, em guarda do inimigo Russo e de sua aliança.

Ideais socialistas de uma sociedade, cujo domínio comunista vendeu-se ao capitalismo, mostrando-se impossível e incompatível uma ideia de igualdade, quando se envolve poder e interesses.

O poder é capaz de corromper, como na história toda espécie que possui seus interesses que se sobrepõe sem proporção. Os porcos se corromperam aos vícios humanos indicando o mal da natureza/caráter sobre a ganância e o poder.

Segundo uma observação do autor, "os animais não sabem da foça que tem", assim como aquela sociedade inglesa da época, que fora posta como animais indefesos, enquanto os porcos, líderes ardilosos.

Num determinado episódio, travou-se o sacrifício, galinhas eram castigadas quando se recusaram a produzir em demasiada quantidade, então quebravam seus ovos em protesto, assim ficavam sem se alimentar como punição. Animais eram oprimidos, se viam forçados a "confessar" infidelidade ao líder e a granja e eram sentenciados a morte. Cravou-se batalhas entre os interesses dos negociantes com a granja, onde muitos bichos deram sua vida em defesa- me provocou puro horror-, que foi arquitetado por Napoleão (um porco, dos mais inteligentes, em alusão aos líderes Russos).

Sob a regra que fora modificada para "Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros", qual conclui a moral, cujo poder não distingue espécie.

Durante toda a leitura, não só interpretei um momento histórico de um país, como pude perceber a base que sustenta governos atuais.

Foi com espanto que imaginei durante toda a história, bichos tão submissos e entregues e outros tão perversos como os humanos, que se aproveitavam do poder. 

Ficha Técnica

Título em Inglês (Original): Animal Farm: a Fairy Story

Autor: George Orwell 

Categoria: Ficção Inglesa 

Número de áginas: 152

Idioma: Português

Edição:

Editora: Companhia das Letras

Ano de Publicação da Editora: 2007

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